Ação Civil Pública é ajuizada contra concessionária de água em Alta Floresta por falhas no serviço e danos à população
A 1ª Promotoria de Justiça Cível de Alta Floresta (803 km de Cuiabá) ajuizou uma Ação Civil Pública contra a concessionária Águas de Alta Floresta Ltda, acusada de cometer falhas na prestação dos serviços de abastecimento de água e tratamento de esgoto no município. A medida busca a reparação dos danos causados à população.
Na ação, o Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT) requer o pagamento de indenização por danos morais coletivos, com destinação ao Fundo Municipal de Saúde, além de compensações por danos materiais e morais individuais. O MPMT também solicitou, em caráter liminar, a inversão do ônus da prova, facilitando a defesa dos consumidores afetados.
Concessão e problemas recorrentes
A concessão para a operação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário foi delegada à empresa em 2002. Desde então, problemas relacionados à ampliação e à manutenção da infraestrutura têm sido registrados.
Desde 2019, o Ministério Público tem buscado revisar o contrato de concessão. Apesar de reuniões e acordos formalizados, a concessionária não cumpriu os prazos estabelecidos para a regularização dos serviços.
Agravamento da situação em 2023
No ano passado, a situação se deteriorou devido à escassez de chuvas. A Promotoria instaurou um procedimento para fiscalizar a adoção de medidas mitigadoras, visando minimizar os impactos da estiagem na distribuição de água à população.
Em setembro, a concessionária informou que seria necessário implementar um sistema de rodízio no abastecimento, com 24 horas de fornecimento seguidas por 48 horas de interrupção, devido à capacidade insuficiente dos reservatórios.
O Município então decretou situação de emergência e proibiu condutas que implicassem desperdício de água potável.
Falhas atribuídas à concessionária
Para o MPMT, a concessionária falhou em implementar medidas preventivas e de racionamento adequadas, resultando em falta de água para a população. A situação foi agravada pela falta de comunicação e ações tardias.
"A situação de Alta Floresta foi agravada por falhas atribuídas à concessionária requerida, seja no que se refere ao atraso de medidas para ampliar a captação e para potencializar a sua capacidade, seja quanto à maneira como o racionamento foi implementado e desenvolvido", argumentou a promotora de Justiça Fernanda Alberton na ACP.