Tribunal de Mato Grosso substitui prisão preventiva de casal por medidas cautelares em caso de golpe de R$ 7 milhões
A Quarta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) concedeu Habeas Corpus a Márcio Júnior Alves do Nascimento e sua esposa, Elisa Severina da Silva, substituindo a prisão preventiva por medidas cautelares. Eles são suspeitos de aplicar um golpe de R$ 7 milhões em formandos de diversos cursos em Cuiabá, no contexto da Operação Ilusion.
Decisão unânime e argumentos da defesa
A decisão foi tomada por unanimidade na última terça-feira (10). A defesa de Márcio argumentou que ele se apresentou espontaneamente à delegacia após a operação e colaborou com as investigações, fornecendo a senha de seu celular e depondo voluntariamente por mais de três horas.
A defesa também destacou que a empresa de Márcio, Imagem, atua no mercado há 28 anos, atendendo cerca de 50 mil clientes, o que, segundo eles, afasta a hipótese de ter sido criada com o propósito de fraudar. A empresa enfrentou dificuldades financeiras devido à alta inadimplência e reajustes de preços durante a pandemia.
Márcio não tem antecedentes criminais, tem residência fixa e é o único responsável pelo sustento da filha de quatro anos.
Análise do relator
O desembargador Lídio Modesto da Silva Filho, relator do caso, considerou que as diligências investigativas já foram concluídas, com denúncia oferecida pelo Ministério Público, reduzindo as chances de interferência nas provas. Ele ressaltou que Márcio e Elisa não têm antecedentes criminais e que os crimes não envolvem violência ou grave ameaça.
Medidas cautelares
A prisão preventiva foi substituída por medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de sair da cidade sem autorização judicial e recolhimento domiciliar à noite e nos finais de semana.
O casal é acusado de aplicar o golpe, que atingiu diversos formandos em Cuiabá, causando prejuízos financeiros significativos. A Operação Ilusion foi deflagrada para investigar e desarticular a suposta fraude.